O cérebro humano está continuamente a analisar informações, interpretando-as com base em experiências anteriores e integrando-as em redes neuronais (Köster & Gruber, 2022, p. 2). Este processamento contínuo permite-nos manter uma representação espaciotemporal coerente da realidade e organizarmo-nos perante a aquisição de novas competências (Pinto, 2021).
Este órgão, com um papel de controlo central, é responsável pela manutenção e regulação dos sistemas biológicos que asseguram a nossa coordenação e sobrevivência (Pinto, 2021). A grande maioria dos animais possui um cérebro e, quando tal não acontece, apresentam estruturas nervosas com um funcionamento muito semelhante (Zhang, 2019).
O cérebro divide-se em 4 principais zonas que garantem o normal funcionamento e desenvolvimento das funções cognitivas (Çavdar et al., 2018). A zona cortical está associada aos processos cognitivos conscientes, como a atenção e o raciocínio, enquanto que a zona subcortical está relacionada com processos mais automáticos. O cerebelo está geralmente associado à aprendizagem, coordenação e equilíbrio, ao passo que o bolbo raquidiano regula as funções vitais involuntárias (Çavdar et al., 2018; Pinto, 2021).
As funções cognitivas estão distribuídas por 4 principais lobos. O lobo frontal é um dos maiores do cérebro e localiza-se na frente de cada hemisfério, envolvido no planeamento e controlo. O lobo parietal está posicionado acima do lobo temporal e integra informações de várias modalidades. O lobo occipital é o centro do processamento visual, e, por fim, o lobo temporal, situado entre o lobo frontal e occipital, é o principal envolvido no processamento de inputs sensoriais e atribuição de significados (Vachha et al., 2022; Zhang, 2019).
A título de curiosidade, investigações mostraram que experiências artísticas são responsáveis pela ativação do nosso sistema dopaminérgico, especialmente do núcleo accumbens, encarregue de nos fazer procurar experiências importantes para a sobrevivência (Sachs et al., 2016; Vachha, 2022). Embora a arte não tenha uma “utilidade prática imediata”, esta ativação cerebral sugere que a apreciação estética poderá estar relacionada com a necessidade humana de conexão social profunda (Sachs et al., 2016).
"Dia Mundial do Cérebro" - uma análise
Referências
Çavdar, S., Özgür, M., Kuvvet, Y., Bay, H., & Aydogmus, E. (2018). Cortical, subcortical and brain stem connections of the cerebellum via the superior and middle cerebellar peduncle in the rat. Journal of Integrative Neuroscience, 17(3–4), 609–618. https://doi.org/10.3233/JIN-180090
Köster, M., & Gruber, T. (2022). Rhythms of human attention and memory: An embedded process perspective. Frontiers in Human Neuroscience, 16, Article 905837. https://doi.org/10.3389/fnhum.2022.905837
Pinto, P. (2021). Funcionamento do cérebro: aprendizagem e mudança. Revista da UI_IPSantarém – Ciências Sociais e Humanas, 9(2), 1–8. https://revistas.rcaap.pt/uiips/
Sachs, M. E., Ellis, R. J., Schlaug, G., & Loui, P. (2016). Brain connectivity reflects human aesthetic responses to music. Social Cognitive and Affective Neuroscience, 11(6), 884–891. https://doi.org/10.1093/scan/nsw009
Zhang, J. (2019). Secrets of the brain: An introduction to the brain anatomical structure and biological function (IFM Lab Tutorial Series No. 4) [Preprint]. arXiv. https://arxiv.org/abs/1906.03314